A loja Zara pertence ao grupo espanhol Inditex e tem lojas situadas no mundo todo. A Zara possui na sua cadeia produtiva várias intermediárias, dentre elas, a AHA (situada em São Paulo, no Brasil, e que responde também com a razão social SIG Indústria e Comércio de Roupas Ltda.)
O caso em questão trata da rede de produção de confecções desta empresa. Nesta rede as peças eram desenhadas nas Espanha e enviadas para as intermediárias situadas em São Paulo, as quais confeccionavam as roupas.
Em meio a este percurso, através de uma investigação da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo (SRTE/SP), foram encontrados, em média, 52 trabalhadores, na sua maioria imigrantes bolivianos, produzindo peças para a Zara em situação análoga à escravidão.
O grupo espanhol Inditex, ao qual a Zara pertence, foi flagrado com trabalhadores imigrantes em condições análogas à escravidão por três vezes. Em 2011, em uma operação da SRTE/SP, apenas em duas oficinas subcontratadas pela AHA, 15 pessoas foram libertadas do trabalho escravo. Os documentos encontrados demonstravam, ainda, envolvimento direto da Zara com os trabalhadores explorados.
A responsabilidade da Zara no ato de infração dos trabalhadores imigrantes bolivianos da intermediária AHA e, em consequência, das subcontratadas ficou evidente. Os trabalhadores estavam produzindo peças para a Zara, cabia a essa firma, já que para os próprios auditores do caso, a produção das confecções “é a atividade fim da empresa, razão de sua existência. Portanto, é dever dela saber como suas peças estão sendo produzidas.