Comunidades indígenas Wayúu entram com ação contra a Carbones del Cerrejón Limited para interromper o desvio do Rio Bruno
Título do caso
Comunidades indígenas Wayúu de La Horqueta, La Gran Parada e Paradero x Carbones del Cerrejón Limited e outros
País onde ocorreu o conflito/incidente
Colômbia
País onde o caso está sendo litigado
Colômbia
Ano de início do processo
2015
Número de referência do caso
Sentença da Corte Constitucional SU698/17, 28/11/2017
Status do caso
Sentença, 28 de novembro de 2017;
Em 2023, o Tribunal Constitucional convocou uma sessão técnica para verificar o cumprimento das ordens emitidas em novembro de 2017.
Categorias
Meio Ambiente Saudável, Comunidades Tradicionais, Clima
Demandantes
Representantes das comunidades indígenas Wayúu afetadas pelo projeto
Réus
Carbones del Cerrejón Limited (uma joint venture da BHP Billiton (Austrália) e Anglo American (Reino Unido). Em 2021, ambas as empresas venderam suas participações na Carbones del Cerrejón para a Glencore (sediada na Suíça).
Ministério do Interior (el Ministerio del Interior)
Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Ministerio de Ambiente y Desarrollo Sostenible)
Autoridade Nacional de Licenças Ambientais (Autoridad Nacional de Licencias Ambientales, ANLA)
Outras entidades governamentais envolvidas
Questão em debate
Impacto ambiental e social do Projeto de Desvio do Rio Bruno para facilitar as operações de mineração de carvão em La Guajira, Colômbia.
Processos: O caso foi iniciado em dezembro de 2015, quando representantes das comunidades Wayúu apresentaram uma tutela (ação de proteção legal) para interromper o Projeto de Desvio do Rio Bruno devido aos seus impactos adversos sobre suas vidas e no meio ambiente.
Principais alegações: Os demandantes argumentaram que o desvio do Rio Bruno ameaçava o ecossistema local, afetando a qualidade e disponibilidade da água, o que, por sua vez, impactava as atividades agrícolas e a saúde geral das comunidades indígenas Wayúu que dependem desses recursos. Os demandantes afirmaram que o projeto violava seus direitos fundamentais à água, saúde e segurança alimentar, que as avaliações de impacto ambiental realizadas eram inadequadas e que houve falha em consultar adequadamente as comunidades indígenas, conforme exigido pela Convenção 169 da OIT, que exige consentimento prévio e informado dos povos indígenas antes da aprovação do projeto.
Sentença: Em 28 de novembro de 2017, a Corte Constitucional decidiu a favor das comunidades Wayúu, reconhecendo que o projeto representava uma ameaça significativa aos seus direitos fundamentais. As principais ordens incluíram:
Suspensão das atividades do Projeto relacionadas ao desvio do Rio Bruno até que novos estudos abrangentes de impacto ambiental e social e consultas adequadas fossem realizados.
Criação de um Grupo de Trabalho Interinstitucional composto por representantes governamentais, não governamentais e da sociedade civil. Este grupo foi encarregado de:
Assegurar a participação significativa de todas as partes interessadas, incluindo as comunidades afetadas.
Realizar avaliações completas de impacto ambiental e social para abordar as incertezas identificadas e avaliar a viabilidade do projeto.
Desenvolver um cronograma detalhado para essas avaliações e atribuir responsabilidades específicas para garantir a execução oportuna e eficaz.
3. Garantir que quaisquer futuros projetos de desenvolvimento fossem sustentáveis e respeitassem os direitos fundamentais das comunidades Wayúu.
Desdobramentos posteriores: Em setembro de 2023, a Corte Constitucional da Colômbia realizou uma sessão técnica para verificar o cumprimento das ordens emitidas em novembro de 2017, que protegiam os direitos das comunidades Wayúu afetadas pelo desvio do Rio Bruno. O objetivo da sessão técnica foi avaliar o progresso e resolver divergências sobre o cumprimento das ordens da corte relacionadas à participação da comunidade, estudos ambientais e medidas de mitigação.
Apesar da decisão judicial, conforme confirmado pela Contraloría General de la República de Colombia, nem os órgãos governamentais nem a empresa cumpriram as ordens judiciais. A empresa acelerou suas atividades e desviou o rio mesmo assim, comprometendo o meio ambiente e os direitos das comunidades locais.
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